Quem chama a atenção sobre isso é o arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em artigo enviado a Zenit hoje.
Dom Walmor afirma que a juventude passou por “complexas e radicais” mudanças nestas últimas três décadas. “Uma virada antropológico-cultural, política e religiosa de incidências incalculáveis e de problemas gravíssimos, que estão desafiando o pensamento e a gerência de governos, de igrejas, de instituições e de toda a sociedade”.
“Os jovens estão clamando por uma atenção mais adequada e uma coragem audaciosa e inteligente no enfrentamento deste desafio, que guarda no seu bojo o absurdo da dizimação das juventudes pela violência, pela dependência química e pela falta de sentido autêntico para viver a vida”, afirma o arcebispo.
Segundo Dom Walmor, os “desdobramentos sócio-antropológicos e culturais têm levado a situação dos jovens a patamares preocupantes”.
“Não se pode deixar de avaliar permanentemente a complexidade das juventudes como vítimas de uma dizimação precoce, que deixa um passivo terrível para o futuro da sociedade. Apesar das indiferenças, dificuldades e interesses que estreitam sua capacidade dinamizadora, os jovens continuam a ser uma enorme força renovadora”, reconhece.
Dom Walmor considera que é muito pouco o que se tem feito pela juventude, diante de um “quadro desolador, comprovado por estatísticas de mortes causadas por todos os tipos de violências”.
O arcebispo recorda que a Conferência de Aparecida dá destaque a uma opção preferencial pelos jovens, “buscando uma atuação mais determinante para reverter as feições graves de sua realidade”.
“A exclusão dos jovens, vítimas das sequelas da pobreza, é uma questão séria da socialização, cuja transmissão de valores já não acontece primariamente nas instituições tradicionais, mas em ambientes com forte carga de alienação.”
“Não menos preocupante é a permeabilidade da juventude a novas formas de expressões culturais, produto da globalização, afetando sua identidade pessoal e cultural. As crises familiares têm acarretado profundas carências afetivas e sérios conflitos emocionais”, afirma o arcebispo.
Dom Walmor considera que é preciso “reverter a educação de baixa qualidade, os enfoques antropológicos reducionistas, sua ausência das discussões e das políticas públicas, os abusos na comunicação virtual”. Assinala ainda o grave problema da dependência química.
O arcebispo de Belo Horizonte convida a “pensar o quanto é necessário conduzir as novas gerações a experiências mais fortes e radicais do valor da vida e do amor”. Os jovens devem ser uma opção de todos, destaca.
Fonte: Zenit.org
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