Amanhã talvez seja tarde
Lc 16,19-31
Esta parábola do Evangelho de Lucas é uma contundente denúncia da sociedade dividida entre ricos e pobres. De um lado, um homem rico (anônimo), com roupas finas e elegantes, banqueteando-se; do lado de fora, o pobre Lázaro, cheio de feridas e faminto. Estas duas imagens nós as vemos diariamente, nos pobres que pervagam nas ruas e nos ricos em seus carros último modelo ou nas novelas da televisão. Com outro olhar, podemos ver Lázaro entre os vivos acolhidos por Deus, e o homem rico na região dos mortos, no meio dos tormentos. há um abismo entre ambos. De imediato, o texto dirige-se aos fariseus e às ricas elites do Judaísmo. Estes ricos não acreditaram nos profetas que anunciavam o projeto do Deus de amor, que é o resgate e a libertação dos pobres oprimidos e excluídos. E também não acreditaram no próprio Jesus, que, testemunhando o amor, venceu a morte imposta por eles. Dentre os profetas, é Amós o mais contundente na denúncia da riqueza (primeira leitura). Ele associa Davi àqueles que levam a vida com todo o gozo que a riqueza lhes proporciona. Pela fé, fomos chamados ao seguimento de Jesus, em comunidade, na justiça, na piedade, na caridade, na constância, na mansidão (segunda leitura), que nos inserem na vida eterna.
José Raimundo Oliva
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